Entrevistas & Cia. (rs)

          Mil e uma perguntas para dois mil e duas respostas na frente do espelho, em meus pensamentos. Não consigo dormi, estou ansiosa, mas preciso, pois não quero ficar com enormes olheiras ou cara de sono ao chegar lá; coloco o celular para alarma. Já é dia e acordei antes do alarme. Na verdade nem dormi com medo de não acordar a tempo.
         Tento ser o mais pontual possível, quero mostrar que gosto de cumprir horários, em todo o percurso no busão fico relembrando como devo falar a melhor maneira de agir e me apresentar.  Chegando à porta, me da um calafrio, começo a me tremer como se sofresse do mal de Parkinson! Respiro fundo e tento não parecer nervosa, meu medo é ter um albinismo mental com o nevorsismo e não conseguir ao menos responder meu nome.
         Ao chegar à sala, consigo me tranquilizar mais, conseguir responder todas as perguntas da melhor maneira possível, entretanto nenhuma como havia planejado, senti firmeza em minhas próprias respostas, afinal de contas o assunto tratado era algo de costume em minha rotina. Ao terminar ela me da uma enorme esperança de que tenho grandes possibilidades em conseguir a vaga (todos fazem isso), não quis me prender a pensamentos negativos. O que me resta é aguardar ansiosamente.
        Na volta pra casa, me sentir muito bem e bastante orgulhosa comigo mesma, de está tomando essa posição em querer ser menos dependente de meus pais; quando pego a condução de volta para casa me deparo com a seguinte figura: menina magra, cabelos extremamente puxados, muitos acessórios, e um ar de rei na barriga!
         Um fato que realmente me irrita, meninas que pesam que são melhor do que outras, querendo se achar a paty, mas na verdade é rotulada como p² (paty,pobre), pois não é preciso entender muito de moda para ver que a roupa usada por tal é aquela vendida lá naquela lojinha de atacado. Fico imaginando o esforço dos pais ao se matarem, tentando da uma vida digna a ela, para que uma pessoa dessas vim queixar-se por esta andando de busão super lotado, arrume um chofer e vá em sua carruagem, em outras palavras “pegue um carroceiro e faça um frete”.
          Não sei onde esse mundo vai parar, onde pessoas escutam Justin Bieber e acreditam que isso é música, mente que só o caramba*, querem com firme e força aparecerem, não pensam em nada que não estejam ao redor do seu enorme ego de arrogância e hipocrisia; claro que não posso generalizar, mas de dez um negativo pode ser a resposta. Mas essas coisas não me abalam mais, não tenho forças para mudar o mundo, mas tenho o suficiente para ter um pouco de bom senso e mudar minha vida, conquistar sempre o melhor para mim, e agradecer ao meus pais, pela criação, não conseguindo assim ser mais uma marionete na ideologia da sociedade seguindo coisas fúteis onde não me atribui em definitivamente nada.